Castrense viveu no século V, era cristão e bispo de Cartagena,
actual Tunísia, África. Durante a invasão dos Vândalos, comandados
pelo rei Genserico, ele foi lançado ao mar, junto com outros
sacerdotes e fiéis, dentro de um velho navio desprovido de velas,
remos e leme. Com certeza, o intuito era que morressem afogados, mas
milagrosamente ele sobreviveu, desembarcando na costa italiana,
próxima a Nápoles.
Pelos
registros, ele retomou sua missão apostólica e logo se tornou bispo
de Castel Volturno. Depois, de acordo com o antiquíssimo "Calendário
Marmóreo" de Nápoles, ele também foi eleito bispo de Sessa,
aceitando a difícil tarefa de conduzir os dois rebanhos, os quais
guiou com amor e zelo paternal. Castrense era humilde e carismático,
penitente e caridoso, durante a sua vida patrocinou dois episódios
prodigiosos, registrados nos arquivos da Igreja: libertou um homem
possesso pelo demónio e salvou um navio cheio de passageiros de uma
grande tempestade.
Assim,
a fama de santidade já o acompanhava, quando morreu como mártir de
Jesus Cristo, em 11 de fevereiro de 450, em Sessa, Nápoles. Logo
passou a ser venerado pela população em toda Campânia e em muitas
outras cidades, inclusive na África.
As
relíquias do Santo, foram transferidas, antes do século XII, de
Sessa para Cápua e depois por determinação de Guilherme II o Bom,
último rei normando da Sicília, foram enviadas para Monreale. Em
1637, foram transladadas para a Capela anexa à Catedral de Monreale,
em uma urna de prata com uma placa onde se pode ler "São Castrense,
eterno baluarte da cidade de Monreale".
As mais
recentes informações sobre este Santo de origem africana, datam de
1881, e foram encontradas durante as escavações arqueológicas na
gruta de Calvi, próximas de Monreale. São pinturas do século VII que
retratam o bispo Castrense, nas duas dioceses e ao lado de outros
mártires da mesma época e região.
Mas
ainda hoje encontramos o efeito da sua presença na Catânia, seja na
pequena região que leva o nome de São Castrense, seja nas diversas
igrejas e no convento feminino beneditino erguido ao lado da
Catedral, sendo tudo dedicado à sua memória. Inclusive nas
manifestações de sua devoção quando da comemoração de sua passagem
no dia 11 de fevereiro. Data oficializada pela Igreja, quando
reconheceu o seu martírio e declarou o bispo Castrense, Santo e
padroeiro da cidade de Monreale. Neste dia a sua estátua segue em
procissão da Catedral de Monreale, indo para a de Sessa e retornando
após o culto litúrgico. Dizem os devotos que durante este trajecto
muito graças são alcançadas por sua intercessão.
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