A primeira
referência sobre santa Cândida foi encontrada no calendário da Igreja de Córdova
e em alguns documentos da antiga Galícia, ambas na Espanha. Mas foi pela
tradição cristã do povo napolitano, na Itália, que se concluiu a história desta
santa.
![](candida_de_napoles_37_01.jpg)
A vida cristã de
Cândida iniciou quando ela foi convertida, segundo essa tradição, pelo próprio
apóstolo Pedro, de passagem por Nápoles. Naquela época, o apóstolo, com destino
a Roma, atravessou Nápoles, onde a primeira pessoa que encontrou na estrada foi
a pequena Cândida. Percebeu, imediatamente, que a pobre criança estava doente.
Parou e perguntou-lhe se conhecia a palavra de Jesus Cristo. Diante da negativa
e em seu ardor de levar a mensagem do Evangelho, Pedro falou-lhe da Boa-Nova, da
fé e da religião dos cristãos; curou-a dos males que sofria e a converteu em
Cristo.
Assim, Cândida
foi colhida pela luz de Deus e curada do físico e da alma. Chegou em casa
falando sobre o cristianismo e contando tudo o que o apóstolo Pedro lhe dissera.
Muito intrigado e confuso, Aspreno, um parente que a criava, saiu para
procurá-lo. Quando se encontraram, com muito zelo Pedro converteu também Aspreno,
que o hospedou em sua modesta casa por alguns dias. O apóstolo acabou por
catequizar os dois e, em seguida, baptizou-os e ministrou-lhes a primeira
eucaristia durante a celebração da santa missa. Esse local recebeu o nome de
"Ara Petri", que significa Altar de Pedro. Depois, antes de partir, o apóstolo
consagrou Aspreno primeiro bispo de Nápoles e pediu para a pequena Cândida
continuar com a evangelização, salvando as almas para Nosso Senhor Jesus Cristo.
Aquele lugar onde
fora celebrada a santa missa por são Pedro tornou-se de grande veneração por
Cândida. Ela deixou seu lar com todos os confortos, preferindo passar seus dias
numa gruta escura nas proximidades de "Ara Petri", onde vivia em penitência e
oração, catequizando e convertendo muitos pagãos. Após alguns anos, o número de
cristãos havia aumentado muito. Por isso, quando o imperador romano ordenou as
perseguições contra a Igreja, os convertidos foram obrigados a fugir ou
esconder-se. Então, o bispo Aspreno embarcou Cândida, junto com outros cristãos,
com destino a Cartago, no norte da África, tentando mantê-los a salvo da
implacável perseguição, mas não conseguiu. Foram alcançados, presos e
torturados. Cândida foi levada a julgamento e condenada à morte porque se negou
a renunciar à fé em Cristo.
No Martirológio
Romano, encontramos registrado que a virgem e mártir cristã Cândida morreu no
Anfiteatro dos martírios de Cartago, no dia 20 de setembro. Suas relíquias,
encontradas nas Catacumbas de Priscila, agora estão guardadas na igreja Santa
Maria dos Milagres, em Roma.
Muitos séculos
mais tarde, pesquisas arqueológicas feitas na cidade de Nápoles encontraram no
local "Ara Petri" um antigo cemitério de cristãos. O fato colocou ainda mais
devoção sobre a figura de santa Cândida, eleita pelos fiéis como padroeira das
famílias e dos doentes. Ela recebe, no dia 20 de setembro, as tradicionais
homenagens litúrgicas confirmadas pela Igreja.
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