"Todo pecado pode
ser perdoado pela Igreja, cumpridas as devidas penitências".
A frase é do Papa
Calisto, ao tomar posição e combater ideias que iam contra os ensinamentos da
igreja embora proferidas por uma autoridade reconhecida
do
catolicismo.
Calisto sabia muito
bem o que era penitência. Na Roma do século II, Calisto nasceu num bairro pobre
e foi escravo. Depois, liberto, começou sua sina de sofrimento.
Trabalhando para um
comerciante, fracassou nos negócios e foi obrigado a indemnizar o patrão, sendo
deportado para a Sardenha e punido com trabalhos forçados. Porém, foi aí que,
apesar do sofrimento, sua vida se iluminou.
Nas minas da Sardenha,
ele tinha muito contacto com cristãos que também cumpriam penas por causa da sua
religião. Ao vê-los heroicamente suportando o desterro, a humilhação e as
torturas sem nunca perder a fé e a esperança, Calisto converteu-se.
Depois de alguns anos,
os cristãos foram indultados e Calisto retornou à vida livre. Começou a
trabalhar no serviço imediato do papa Vítor e, desta forma, conseguiu tornar-se
religioso. O sucessor do papa, Zeferino, incumbiu Calisto de várias missões de
sucesso, até que o nomeou responsável pelas catacumbas.
As catacumbas de Roma
tiveram importância vital para os cristãos. Além de ali enterrarem seus mortos,
elas serviam também para cerimónias e cultos, principalmente durante os períodos
de perseguição. Calisto as organizou e valorizou, erguendo nelas uma capela,
chamada Cripta dos Papas, onde os pontífices foram enterrados.
Quando o Papa Zeferino
morreu, o clero e o povo elegeram Calisto para substituí-lo, mas ele sofreu
muita oposição por causa de sua origem humilde de escravo.
Hipólito, um dos
grandes pensadores do catolicismo e da história, era o principal deles. Hipólito
queria mudar a visão sobre a Santíssima Trindade e proibir que alguns tipos de
pecados fossem perdoados, mas Calisto se manteve firme na defesa da Igreja,
causando o rompimento de Hipólito e seus seguidores. Anos depois, Hipólito se
reconciliaria com a Igreja, morrendo como mártir e sendo canonizado.
Quanto a Calisto, que
foi papa por seis anos, acabou morto após ser martirizado e torturado, como em
tantas fases de sua vida.
Teve uma pedra
amarrada ao pescoço e foi jogado em um poço para morrer.
Hoje, as catacumbas de
Roma levam seu nome e São Calisto está enterrado sob o solo onde foi erguida a
basílica de Nossa Senhora em Transtevere.
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