Bernardo nasceu por volta do ano 1060 em Florença, no seio de uma
família
nobre e rica, que no século seguinte será chamada dos Uberti. A
quando da morte de seu pai Bernardo tornou-se o único herdeiro e
proprietário de
vastos domínios
Muito
jovem ainda entrou na Ordem de Valombrosa, fazendo a sua profissão
no mosteiro de São Salvi, em Florença.
Estão documentadas em 1 de
julho de 1085 um certo número de doações substanciais, com os quais
Bernardo por causa de seu estado de monge, se desfaz dos seus bens,
dando-os a parentes, amigos e, mesmo ao mosteiro onde se encontra.
Designado abade de São Salvi ele foi, pouco depois, escolhido como
abade da congregação de Valombrosa, e sob o seu governo, a regra da
Ordem teve um grande desenvolvimento, saindo para além da fronteira
da Toscana ela se estendeu à Emília e à Lombardia com autoridade
altamente centralizada naquela abadia, autoridade confirmada por um
dos primeiros capítulos, no princípio de março de 1100.
O Papa Urbano II criou-o
Cardeal, confirmando a importância do abade maior. Com o título
recebido os compromissos e o empenho de Bernardo aumentaram, visto
que se tornou vigário papal na Alta Itália e artífice da paz na
Emília e na Lombardia, centros da situação crítica Igreja da época.
Os documentos
testemunham o seu itinerário para Milão, Monza, Pavia, Brescia,
Modena, Mântua, em particular nos domínios da condessa Matilde de
Canossa, junto da qual se tornou legado papal e, graças à sua
mediação, a Condessa, em 17 de Novembro de 1102, renovou a doação de
todos os seus bens à Santa Sé.
Só em Parma Bernardo
encontrou resistência ao seu trabalho. De facto, a 15 de Agosto de
1104, quando falava ao povo na catedra, houve um motim e ele foi
espancado e preso. Para o resgatarem tiveram que intervir as tropas
da Condessa, mas dois anos mais tarde, a situação mudou totalmente
ao ponto que os habitantes de Parma designaram Bernardo como seu
bispo, pelo que, o Papa Pascal II, em Novembro de 1106, consagrou a
nova catedrale, e oà consagrou legado papal, que, tendo a sua sede
em Parma, fez desta o vcentro da
Reforma da Alta Itália.
Ele manteve esta
posição dupla durante alguns anos ainda, pelo menos até 1109, apenas
para se tornar o único bispo de “ecclesiæ Parmensis”.
No entanto, vimo-lo
sempre envolvido nas grandes controvérsias da época, como na questão
das investiduras, que em 1111 teve a sua forma mais aguda,
participou na Conferência Imperial na sacristia de S. Pedro, mas, em
seguida, foi preso com o papa por Henrique V.
A reforma monástica era
para ele o maior esforço e, apesar de ser o Bispo de Parma,
continuou a vestir-se e a viver como monge, tendo a vida em comum
com os monges, que desde o início do seu episcopado, o queriam perto
deles e co nservá-lo como abade e, não só ele permaneceu ligado ao
mosteiro de Valombrosa, mas obteve um privilégio de protecção
imperial.
Ele estava envolvido
novamente na herança difícil do falecido imperador, apoiando o
candidato do Papa Honório II. Alguns cargos de confiança papal, lhe
acarretaram um novo período de prisão e um longo momento de
separação da sua diocese.
No cisma de 1130, que
opôs o Papa Inocêncio II ao
antipapa Anacleto II, todos Valombrosenses estavam com o Papa
Inocêncio, no que foram seguidos pelos camaldulenses.
Quando já velho e doente,
acolheu em Verona o imperador Lotário e o acompanhou a Roma para a
coroação e morreu pouco depois, a 4 de dezembro de 1133 em Parma.
A devoção dos fiéis de Parma,
manifestou-se desde logo em
torno da sua sepultura, e as peregrinações continuaram e foram mesmo
aumentando, graças aos milagres que ali eram obtidos pela
intercessão do santo Bispo e, seis anos após a sua morte, ele foi
solenemente canonizado. |