D.
Basílio Hopko nasceu no dia 21 de Abril de 1904, na localidade de
Hrabské, na Eslováquia oriental, numa família de pobres camponeses.
Depois
de uma infância difícil, em virtude da grande pobreza, a mãe do
pequeno Basílio que ficou órfão de pai partiu para
os
Estados Unidos da América, à procura de um trabalho e de melhores
condições de vida, confiando a educação do seu filho aos parentes
mais próximos.
Gradualmente, Basílio deu-se conta de que nele começava a amadurecer
o desejo de consagrar a sua vida ao serviço do altar. Desta forma,
em 1923, decidiu entrar no Seminário greco-católico de Presov. Antes
de ter concluído os estudos teológicos, sua mãe pediu que, quando
estivesse pronto para receber a ordenação sacerdotal, ele fosse
incardinado na Eparquia greco-católica de Pitsburgo. Entretanto, o
jovem seminarista adoeceu gravemente e, mais tarde, pôde dizer:
"Tudo isto aconteceu por vontade de Deus, porque o Senhor queria que
eu permanecesse no meu País de origem". Basílio recebeu a Ordenação
sacerdotal no dia 3 de Fevereiro de 1929.
A
seguir, foi-lhe confiado o cuidado pastoral dos greco-católicos de
Praga, onde passou a ocupar-se de vários grupos de fiéis: jovens,
operários, estudantes, desempregados e órfãos; fundou o Círculo
dos estudantes greco-católicos e a União da juventude
greco-católica; e contribuiu para a erecção da paróquia desse
rito, da qual foi nomeado o primeiro pároco, conseguindo obter da
Arquidiocese de Praga a igreja de São Clemente para os fiéis de rito
bizantino-eslavo. Em Praga, o jovem presbítero encontrou-se com sua
mãe que voltou, depois de 22 anos, dos Estados Unidos.
Em
1936, o jovem sacerdote regressou a Presov, onde recebeu primeiro o
cargo de director espiritual no Seminário greco-católico e, depois,
de secretário da Cúria episcopal, obtendo a Licenciatura em Teologia
quatro anos mais tarde. Em seguida, ensinou Teologia Moral e
Pastoral na Faculdade Teológica local; começou a escrever várias
obras; tornou-se o primeiro redactor da revista Blahovistnik
("O Mensageiro do Evangelho"); e contribuiu para a publicação de uma
série de livros de espiritualidade.
Depois
da segunda guerra mundial, prevendo um processo de "sovietização" e
de totalitarismo marxista-ateísta na Checoslováquia, a Santa Sé
nomeou-o Bispo Auxiliar de Presov, cuja Ordenação episcopal teve
lugar no dia 11 de Maio de 1947. Assim, D. Basílio Hopko tornou-se
depressa o "braço direito" de D. Pedro Gojdic, que apresentou o novo
Prelado, como alguém que "mostrou ser digno de tal honra", com a
"sua fidelidade constante à Igreja católica, o seu amor pelo rito
oriental e o seu incansável ardor apostólico".
Desde o
começo, D. Basílio Hopko encorajou os fiéis, preparando-os para os
tempos duros que chegaram depois da realização do chamado "Concílio
de Presov" (1950). Com efeito, na esteira do que já tinha acontecido
na Ucrânia em 1946, o comunismo preparou um ataque violento também
contra a Igreja greco-católica na Checoslováquia.
Sabendo
ler "os sinais dos tempos", D. Hopko encontrava-se diariamente com
os sacerdotes da Eparquia de Presov para os encorajar a perseverar
na fé e na fidelidade à Igreja católica. Durante o triste "Concílio"
(realizado sem a presença dos Bispos!), declarou-se extinta a Igreja
greco-católica na Checoslováquia; todos os seus sacerdotes, fiéis e
igrejas passaram à Igreja ortodoxa; e os dois Bispos foram
aprisionados e submetidos a interrogatórios violentos, vexantes e,
mesmo, a torturas, para obter a sua confissão das acusações
inventadas. Depois de um ano de interrogatórios cruéis, D. Hopko foi
condenado a quinze anos de prisão, a uma alta pena pecuniária, à
perda dos direitos de cidadão por dez anos e à confiscação de todos
os seus bens.
Libertado em 1964 por motivos de saúde (resultado das doses de
arsénio que lhe tinham subministrado ao longo dos anos),
obrigaram-no a permanecer por quatro anos, até 1968, na casa de cura
para sacerdotes idosos em Osek, na Boémia setentrional.
Contudo, o estado de saúde de D. Basílio Hopko era bastante
preocupante. Além de diversas doenças físicas, ele começou a sofrer
também de depressões psíquicas, causadas por torturas e maus tratos
nos anos de prisão. Apesar de tudo isto, o ilustre Prelado
contribuía activamente para a renovação da Igreja greco-católica na
sua terra.
O
processo desta renovação só terminou no dia 13 de Junho de 1968,
quando essa Igreja foi reabilitada na Checoslováquia, depois de
dezoito anos de supressão sistemática. A partir desse ano, o heróico
Pastor voltou a viver na sua Eparquia de Presov e, no dia 20 de
Dezembro, Paulo VI confirmou a sua nomeação para Bispo Auxiliar para
todos os greco-católicos residentes nesse País. Apesar do grave
estado de saúde, D. Basílio Hopko desempenhou a sua tarefa pastoral
de maneira responsável, encorajando os fiéis e ordenando novos
sacerdotes. O ilustre Prelado faleceu no dia 23 de Julho de 1976,
junto dos seus fiéis em Presov.
O
processo de Beatificação do Servo de Deus Basílio Hopko teve início
no ano de 1986, na Sede Metropolitana de Pitsburgo, nos Estados
Unidos da América, e foi retomado na sua Eparquia de origem depois
de 1989.
Beatificado em 2003.
FONTE:
www.vatican.va |