Florentina Nicol Goñi nasce em 1868 numa família de comerciantes em
Tafalla, cidade da província de Navarra na Espanha.
Recebe
uma boa educação cristã que prossegue a partir de 14 anos em Huesca,
no Internato "Santa Rosa de Lima" dirigida pelas monjas dominicanas.
Durante muito tempo pensa sobre a sua vocação e, no fim dos seus
estudos, toma a decisão de fazer-se religiosa. Decide permanecer
primeiro um ano em casa para clarificar a sua chamada. O 22 de
Outubro de 1885, aos 17 anos de idade, entra no noviciado das
Dominicanas de Huesca, faz profissão no ano seguinte e toma o nome
de Ascensão do Coração de Jesus. Devoções ao Sagrado Coração e à
Virgem do Rosário serão o seu apoio na sua vida de sacrifício e de
apostolado. Torna-se professor no colégio onde foi aluna. Será o seu
primeiro campo de apostolado durante 28 anos. As testemunhos
guardarão dela a recordação de uma excelente educadora, ao mesmo
tempo suave e forte, compreensivo e exigente. A partir de esta
época, com outras irmãs, deseja ocupar-se dos mais pobres, mesmo nos
países remotos dos quais recebem notícias pelas revistas
missionárias.
Ora,
eis que um acontecimento negativo vai permi-tir-lhe realizar as suas
aspirações. O Estado anti-clerical fecha a escola em 1912. As irmãs
escrevem cartas para a América e para as Filipinas para pro-por os
seus serviços. Madre Ascensão está "pronta para qualquer
sacrifício". Um dominicano missio-nário no Peru muito dinâmico, o
Padre Ramón Zubieta vem a Espanha e aceita a sua proposta. As
religiosas partem a cinco em 1913, com três Padres missionários. A
irmã Ascensão tem 45 anos. Após uma estadia de dois anos em Lima, é
convidada com duas outras irmãs para trabalhar no muito recente novo
Vicariato apostólico de Puerto Maldonado onde o Padre Zubieta é
nomeado bispo. O lugar que lhes é atribuído é um lugar perdida na
floresta onde vive uma tribo de Indianos; mas atingir este objectivo
parece impossível para as pessoas de Lima: nunca ninguém tentou
ainda um tal itinerário, porque é necessário passar pela a
Cordilheira dos Andes e viajar sobre perigosos rios. Elas conseguem
no entanto, perante a admiração de todos, após 24 dias de viagem. A
irmã Ascensão funda uma escola para meninas, mas ao lado dos
&indígenas” há os “estrangeiros” e as relações não são fáceis; as
irmãs acolhem todos mas privilegiam os “indígenas”.
Sobre
sugestão de um Padre dominicano, funda a 5 de Outubro de 1918 os
"Missionários dominicanos do Santíssimo Rosário". A madre Ascensão,
Superiora geral, exerce uma verdadeira maternidade espiritual muito
imprimida de doçura; sendo ao mesmo tempo, é uma combatente cheia de
coragem. Gradualmente, a sua congregação torna-se internacional. Faz
numerosas viagens ao Peru e a Espanha, indo mesmo por duas vezes até
à China. Pode-se dizer que "a Beata Ascensão do Coração de Jesus é
uma das maiores missionárias do século passado" (Cardeal Saraiva
Martins). Deste apostolado frutuoso, a cruz é o preço. "não se
salvam as almas sem sem se sacrificar a si mesma", dizias ela
frequentemente às irmãs. Ela mesma oferece-se como vítima ao amor
misericordioso de Deus (pode pensar-se aqui na oferta de Santa
Teresinha em 1895). Pouco apôs ter sido eleita uma terceira vez como
Superiora geral, cai doente e more em Pamplona (Navarra) a 24 de
Fevereiro de 1940. |