Conselheiro e
pai espiritual de três imperadores romanos, Graciano, Valentiniano II e Teodósio
I, Ambrósio é o símbolo da Igreja nascente, após os
sofridos
anos de perseguições e vida escondida. Foi graças à sua actuação que a Igreja de
Roma conseguiu tratar com o poder público sem servilismo.
Tanto que
Ambrósio chegou a repreender aspera-mente o imperador Teodósio I, obrigando-o a
fazer uma penitência pública por ter massacrado a popu-lação da Tessalónica para
conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de Bispo pastor, que se deve
impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o povo de Deus.
Nasceu em
Trèves, actual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã, seu pai
alto funcionário do império romano, governador de uma província do outro lado
dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu a família foi para Roma, onde
Ambrósio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica.
Certa vez
estava em Milão quando o Bispo morreu, bom jurista e funcionário imperial,
procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas, com um discurso
firme, e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que ao final a assembleia o
aclamou o novo Bispo de Milão. Muito surpreso, recusou dizen-do que essa não era
a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda baptizado, ainda se
preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi baptizado e
consagrado.
Desde então
se dedicou com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual,
mas suas obras litúrgicas e comentários sobre as Escrituras, e tratados
ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de
administrar a comunidade cristã a ele confiada. A marca do seu apostolado foi
impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos
mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito
o título de “doutor da Igreja”.
Os livros de
sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas
pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes
frequentes, conta que o prestígio dos sermões do Bispo Ambrósio de Milão era
enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloquência com a escolha das palavras.
Por isso foi chamado “o apóstolo da amizade”.
Morreu em
Milão, a 04 de abril de 397, uma Sexta-feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no
dia 07 de dezembro, data em que no ano 374 foi aclamado pela população de Bispo
de Milão. |