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Alexandrina
e o Coração de Jesus

O Coração de Jesus, assim como o de sua Mãe, a Virgem santíssima, sempre estiveram unidos, formando um só coração, um só amor.

Alexandrina tinha grande devoção ao Sagrados Co-rações, sempre presentes nas suas orações e nos seus “escritos”.

A primeira vez — segundo aquilo que podemos veri-ficar — que Nosso Senhor fala de “coração”, é para lhe pedir o dela; não para lá colocar ramos de flores, mas para o fazer participar à sua própria Paixão. Ouçamos o que Jesus lhe pede a 8 de Setembro de 1934:

— “Dá-me o teu coração que o quero tres-passar com a lança, como me trespassaram à mim”.

Este pedido, Alexandrina o confirmará em carta dirigida ao seu “Paizinho” espiritual, o Padre Mariano Pinho, e datada de 4 de Outubro de 1934:

“Nosso Senhor pediu-me o meu coração para o co-locar dentro do dele, para que eu não tivesse outro amor a não ser o dele e as suas Obras”.

Alguns dias mais tarde, a 11 de Outubro do mesmo ano, numa outra carta dirigida ao mesmo sacerdote, ela explica:

“Quando Lhe trespassaram o Coração com a lança, que deu até à última gota do seu sangue ; por fim, que deu água, foi uma prova do Seu amor”.

Pronta a todos os sacrifícios para desagravar as ofensas feitas a Jesus Eucarístico, continuamente ela se oferece pelos pecadores e, no dia 8 de Novembro de 1934, em cata ao Padre Pinho, ela confia:

“Disse-me também que me dizia como à Madalena, eu que escolhi a melhor parte :

        ― “Amar o meu Coração, amar-me crucificado é bom, mas amar-me nos meus sacrários, onde me podes contemplar não com os olhas do corpo, mas com os olhos da alma e do espírito, onde estou em corpo, alma e divindade, como no Céu, escolheste o que há de mais sublime”.

Como Deus é bom! Como Ele ama as almas Santas! Como é bondoso e misericordioso o seu Coração!

Mas Deus não ama só as almas Santas, porque Deus é justo e por isso mesmo ama todas as almas dum amor exclusivo.

Alexandrina era a “predilecta” de Jesus, não porque Jesus a amasse mais do que qualquer outra, mas simplesmente porque a amava desse amor exclusivo do qual só Deus é capaz.

Reconheçamos todavia que a bem-aventurada jovem de Balasar, tudo fazia para merecer este amor de excepção. Ouçamo-la confiar-se ao seu Director espiritual, em carta de 9 de Dezembro de 1934:

« Renovei também por toda a minha vida o voto de virgindade e pureza, consagrando-me toda à minha querida Mãe do Céu, pedindo-lhe que me purificasse de toda a mancha e depois me consagrasse toda ao meu querido Jesus e me fechasse dentro do Seu Sagrado Coração ».

Estes actos de oferecimento e a aceitação livre e confiante de toda a sua vida a Jesus, para a salvação das almas, não podia deixar insensível o Coração de Deus e, as resposta veio rápida, como ela explica em carta dirigida ao Padre Pinho e datada de 20 de Dezembro de 1934:

« Sentia então uma grande união com Nosso Senhor. O coração batia com tanta força e um forte calor me abrasava ; e disse-me o meu bom Jesus :

        — “Não duvides, estou contigo, sou o teu Jesus, o teu Amor, o teu Tudo. Somos uns esposos muito queridos, não nos podemos separar. Satisfaço-me com os teus desejos. Sei até que ponto chega a tua força. O que temes tu ? Se Eu sou o Mestre dos mestres, o Di-rector dos directores ?” »

Mas a primeira demonstração de Jesus, tal como ele apareceu a Santa Margarida Maria Alacoque, é noticiada por Alexandrina numa carta dirigida ao seu Director, em 21 de Março de 1935:

“Também me pareceu ver, virada para mim, no tamanho de um homem, o Sagrado Coração de Jesus e à volta do Coração todos cheio de raios dourados”.

E um mês mais tarde, a 18 de Abril, ela confiará ao mesmo sacerdote:

« [Sentia] uma força me abraçava e dizia-me Nosso Senhor :

        ― “Une-te toda a mim, mete-te no meu Coração que lá te fecharei para sempre. Vive para mim, para me salva-res as almas” ».

O amor de Alexandrina parece não ter limites — humanos, entenda-mos — e, sempre, e cada vez com mais efusão, ela procura agradar ao Senhor que lhe confiara tão alta missão: velar sobre os Sacrários onde Ele se encontra tão só e tão esquecido dos homens.

Em carta dirigida ao Padre Mariano Pinho em 30 de Maio de 1935, ela explica:

“Eu tinha por costume oferecer todos os dias o meu coração a Nos-so Senhor, dizendo-lhe assim :

        ― Ó meu bom Jesus, eu Vos ofereço o meu coração neste momento como prova do meu amor para convosco e Vos peço que neste momento o coloqueis em todos os lugares onde ha-bitais sacramentado. É pobre, muito pobrezinho, mas enriquecei-o com o Vosso divino amor e com os Vossos divinos tesouros. Incendiai-o todo em fortes labaredas de amor e colocai-o muito unidinho a Vós em todos os sacrários do mundo, em todos os lugares onde habitais sacramentado, a servir de lâmpada amorosa e luminosa para Vos alumiar. Prendei o meu co-ração aos sacrários com grossas cadeias de amor”.

No princípio desse mesmo ano de 1935, a 10 de Janeiro, Jesus lhe tinha dito, como para a tranquilizar:

        ― “Queres encontrar-me, minha filha, procura-me no teu coração e na tua alma. Ha-bito lá a penetrar em ti mais o amor e a santificar-te mais. O teu coração é o meu sacrário e a ti é sempre nos meus sacrários que Eu te quero encontrar a pedir-me pelos pecadores e quero que me digas muitas vezes que és toda minha. Se soubesses como me consolas ! E como acodes aos pecadores só em me dizeres que és a minha vítima. A minha paga é o meu amor e um lugar tão lindo, tão lindo muito pertinho de Mim, muito unidinha a Mim”.

A Santa Margarida Maria Alacoque, entre outras promessas, Jesus fez-lhe uma de extraordinário valor e projecção:

“Prometo-te, pela excessiva misericórdia e pelo amor Todo-Poderoso do meu Coração, conceder a todos que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graça da penitência final, que não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os seus sacramentos, e que o meu divino Coração lhes será seguro asilo nesta última hora”.

Como não aceitar esta devoção ao Sagrado Coração de Jesus quando ela contém uma tal promessa?

Seria necessário ter um coração de pedra e um desinteresse total pela salvação da nossa alma.

Em Balasar, como em Paray-le-Monial, Jesus continuará de propor às almas esta devoção e, como se a promessa feita em França não fosse suficiente, Ele promete mais...

“Foi no dia 16, festa do Sagrado Coração de Jesus. Não posso esquecer : Jesus, repetidas vezes tinha confirmado o que me tinha dito e prometido no princípio da minha crucifixão, que era um prémio de eu me deixar crucificar, que estavam as portas do Inferno fechadas desde o meio dia da sexta [feira] até à meia noite do domingo, da meia noite de sol. Quando o meu Jesus deu por terminada a minha crucifixão, ou antes, quando mudou a forma de me crucificar, eu continuei a lembrar a Nosso Senhor em todas as sextas-feiras, à hora de costume, que continuasse a ter fechadas as portas do Inferno porque me julgava com o mesmo direito. Pois fostes Vós que me negastes a crucifixão, e não fui eu a negá-la”. (Sentimentos da Alma, 16 de Junho de 1944)

A sinceridade da Alexandrina e mesmo a sua “ousadia” — reivindicar que a promessa feita antes fosse reconduzida — em nada alteraram o amor de Jesus para com ela, bem pelo contrário, visto que o Senhor ama as almas puras e sinceras.

Ele continua a “frequentar” o coração simples e amante da Alexandrina e a favorecê-la de dons carismáticos, visando o bem das almas daqueles que continuamente a visitam.

Nos “Sentimentos da Alma” — o seu Jornal espiritual — podemos aí ler a confirmação desse amor, desse carinho com que Jesus a presenteia continuamente, como continuamente lhe pede sacrifícios para reparar as ofensas causadas pelos pecadores ao seu Sagrado Coração:

« Eu sentia o meu coração a arder — escreve ela — como já há muito não tinha sentido. Jesus disse-me:

        — “Este fogo que tu sentes, é o fogo do Meu amor, todo o amor do Meu divino Coração ». (Sentimentos da Alma, 4 de Janeiro de 1946)

Com a Beata Alexandrina — neste mês de Junho —, digamos, sincera e simplesmente:

“Sagrado Coração de Jesus, venha a nós o vosso Reino!”

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