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BALASAR
e seus arredores

AGUÇADOURA E LAUNDOS

Do tempo da sua passagem pela Póvoa, a Alexandrina conta como um dia foi à Aguçadoura e como outro dia foi à Igreja de Nossa Senhora da Saúde, em Laundos. Vejamos a célebre passagem em que conta a sua ida à Aguçadoura:

O capelão de Nossa Senhora das Dores organizou várias comissões de meninas para angariar meios para o culto da mesma capela. Essas comissões espalhavam-se pelas freguesias vizinhas da Póvoa de Varzim. Eu fui para a Aguçadoura e aceitávamos tudo o que nos dessem, como batatas, cebolas, etc. Por mais que pedíssemos, pouco arranjámos e tivemos a má ideia de saltar a um campo e tirámos batatas, cerca de dois quilogramas. Fui eu uma das que fiz tal acção, enquanto outras vigiavam. Entregámos as ofertas, não contando nada do que se tinha passado.

Torre e uma parede que pertenceu a uma capela da Aguçadoura: hoje a freguesia possui uma vistosa igreja paroquial

O capelão de Nossa Senhora das Dores, desde Agosto de 1898, era o Pe. José Cascão. O seu condiscípulo Pe. Leopoldino Mateus, pároco de Bala-sar, escreveu sobre ele na «Idea No-va» de 24/7/48. Ouça-se este elogio-so parágrafo:

Pe. José Cascão

Já lá vão 50 anos dos aconteci-mentos que acabamos de narrar e, por isso, a Mesa da Confraria (de Nossa Senhora das Dores) e alguns antigos dedicados vão festejar-lhe as suas bodas de oiro. De tudo é digno o homenageado, porque tem sabido impor-se no nosso meio religioso e social. Quando S. Rev. tomou posse da capela das Dores, esta era um deserto onde não havia missa nem exercício de piedade ao domingo. O novo capelão, pelo seu zelo sacerdotal e devoção à Mãe Dolorosa, começou a chamar o povo ao templo abandonado, com a celebração da San­ta Missa e recitação da Coroa. A fim de aumentar a frequência dos fiéis, estabeleceu canonicamente, no dia 8 de Setembro de 1900, a Pia União das Filhas de Maria, sendo no dia 5 de De­zembro do mesmo ano, agregada à Pia União das Filhas de Maria, estabelecida na igreja de Santa Inês em Roma, pelo que foi nomeado seu director pelo Sr. Arcebispo D. Manuel Baptista da Cunha. A sua acção sacerdotal foi tão valiosa que conseguiu fa­zer da devoção da Senhora das Dores, a primeira da Póvoa de Varzim.

O Pe. José Cascão foi autor de alguns livros religiosos e possuía uma notável biblioteca. Nas suas Bodas de Ouro, uma amiga da Alexandrina, a Prof.ª Angelina Ferreira, proferiu um caloroso discurso.

 Ao tempo da infância da Alexandrina, a Aguçadoura ainda não era fre-guesia independente (pertencia a Nabais); hoje, pouco lhe faltará para ser vila.

Imagem de Nossa Senhora da Saúde, venerada em Laundos

Voltemos à Beata Alexandrina:

Lembro-me de ir acompanhar a minha patroa a Laundos cumprir uma promessa a Nossa Senhora da Saúde. Connosco foi uma filha dela (da senhora em cuja casa a Alexandrina morava, na Rua da Junqueira) e a minha irmã. Esta ajudava-a pegando-lhe na mão, porque ia de joelhos, e eu ia à frente dela e arrumava-lhe todas as pedrinhas que encontrava no caminho. A filha, que era mais velha do que nós, foi para a brinca-deira.

Era muito dedicada à mulherzinha e, quando me davam qualquer coisa, como frutas, doces, etc., repartia com ela, que ficava toda satisfeita. Eu procedia assim por-que o meu coração as-sim o queria, apesar de ser muito má.

No princípio do Verão, como a Alexandrina, a Póvoa vai em peregrinação a Nossa Senhora da Saúde, em Laundos. É uma caminhada de cerca de 6 km, pela «légua-da-Póvoa», uma recta que sai de junto do hospital local e leva quase direito àquele santuário. De caminho passa-se por Amorim, onde um dia o Pe. Pinho fundou a Cruzada Eucarística, e por Terroso, a freguesia donde eram naturais o Mons. Vilar e o Cón. Molho de Faria.

Igreja de Nossa Senhora da Saúde, em Laundos

A Igreja de Nossa Senhora da Saúde fica no sopé duma colina, o monte de S. Félix. Não seria assim ao tempo da Alexandrina, mas hoje dá gosto ir até lá. Está tudo um primor em redor da igreja e está um primor o topo da colina.

Em cima, em redor dum terreiro, erguem-se alguns moinhos fo-ra de uso, mas bem conservados, e a ermida de S. Félix. A pano-râmica que de lá se avista para a Póvoa de Varzim e para quase todos as suas freguesias é estupenda.

Ermida de S. Félix, um moinhoi de vento desactivado
e outros monumentos no cimo do monte

Logo abaixo do terreiro, para o lado do mar, fica a óptima Estalagem de S. Félix. No mesmo lado do monte, des-cendo em direcção à Igreja de Nossa Senhora da Saúde, surpreende-nos uma bela escadaria, ladeada por nichos da Via-Sacra e jardins bem cuidados.

 

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